Trabalho digno e decente com liberdade sindical

O Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, é uma data universal que remonta aos esforços dos movimentos sindicais e às conquistas sociais e econômicas alcançadas pelos trabalhadores ao longo de árduas batalhas. Além de ser um dia de descanso, é uma oportunidade para refletir sobre o passado e reconhecer as lutas que moldaram o presente.

No Brasil, uma nação que explorou a mão de obra escrava por 350 anos, emergiu do regime de escravidão há pouco mais de 130 anos. A partir de 1930, com os esforços do presidente Getúlio Vargas e o apoio do movimento sindical brasileiro, importantes garantias para os trabalhadores foram conquistadas. O nascimento da previdência social, por exemplo, completa 100 anos desde a sanção do Decreto Legislativo nº 4.682/1923, também conhecido como Lei Eloy Chaves, e a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho, que continua a proteger os direitos dos trabalhadores até os dias de hoje. A criação da Justiça do Trabalho como órgão para resolver demandas laborais também representou um avanço significativo.

No entanto, o Brasil enfrentou retrocessos com a ascensão da extrema direita e o impeachment da presidenta Dilma Roussef, resultando na perda de muitas das conquistas alcançadas ao longo de quase um século de lutas sindicais. Para recuperar o terreno perdido, é crucial apoiar líderes e legisladores progressistas, visando proteger não apenas os direitos atuais dos trabalhadores, mas também garantir um futuro melhor para as próximas gerações.

Voltando à origem do Dia do Trabalho, a escolha dessa data remonta à tragédia da Revolta de Haymarket, que ocorreu em Chicago, em 1886. No início de maio daquele ano, protestos e greves operárias eclodiram na cidade, com o objetivo principal de estabelecer uma jornada de trabalho justa de 8 horas diárias, em contraste com as extenuantes jornadas de até 12 ou 16 horas que eram comuns na época. Em 4 de maio, confrontos resultaram na morte de vários trabalhadores e sete policiais que, ao usarem armas de fogo contra os manifestantes, no chamado fogo amigo, acabaram matando seus próprios integrantes.

As greves foram organizadas em 1º de maio de 1886, quando os sindicatos convocaram uma paralisação em Chicago para exigir a jornada de trabalho de 8 horas. No entanto, no dia 3 de maio, os manifestantes foram atacados pela polícia sem provocação, resultando em mortes e ferimentos. Esses eventos inflamaram a indignação pública, levando a mais adesões aos protestos nos dias seguintes.

A tensão atingiu seu ápice no dia seguinte, quando, durante uma manifestação pacífica na Praça Haymarket, uma bomba foi lançada contra os policiais presentes, resultando na morte de um deles. Em retaliação, a polícia abriu fogo contra a multidão.

O desfecho desses eventos foi a prisão de oito pessoas ligadas aos protestos, sete das quais foram condenadas à morte. Embora não houvesse provas concretas de que o autor da bomba estivesse entre eles, todos foram considerados culpados pelo júri. Esses condenados se tornaram conhecidos como os "Mártires de Chicago", cujas execuções provocaram uma onda de indignação global.

No Brasil, o Dia do Trabalho é comemorado com eventos, reuniões e manifestações em todas as cidades do país. No entanto, os governos pouco fazem para incentivar essas celebrações em um dia tão significativo para os trabalhadores. A data passou a ser celebrada informalmente por trabalhadores no início do século XX e tornou-se oficial durante o governo de Artur Bernardes. Foi amplamente estimulada durante a Era Vargas, como parte do projeto de valorização dos trabalhadores, e atualmente é um feriado nacional.

 



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