Assembleia Geral

Municipais decidem rumos após desconto dos dias de greve

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba e Região realizou ontem (31) assembleia geral dos servidores, tendo como pauta as discussões e deliberações acerca dos próximos rumos da campanha salarial 2022, sobre as ações a serem tomadas frente aos atos da Prefeitura que desvaloriza os servidores e sobre as manifestações da prefeitura sobre os descontos em pecúnia dos dias de greve. 

Seguindo a pauta, durante a assembleia, a diretoria colocou em votação a possibilidade de apresentação de nova proposta de pagamento da reposição de 21%. A categoria não manifestou favorável e manteve a proposta inicial de 21%, porcentagem a ser paga ainda em 2022.

Foi aprovado por unanimidade a realização de atos e manifestações, a serem organizados pelos servidores com apoio do Sindicato, visando dar continuidade ao movimento da categoria, com reunião para discussão e organização no próximo dia 07/06, às 19h, na sede do Sindicato.

Os servidores questionaram se existe a possibilidade de uma nova greve após a finalização do julgamento da ação impetrada pela Prefeitura, que retira o direito constitucional de greve dos servidores. Foi orientado aguardar e que uma nova greve não é descartada pela categoria.

Uma servidora solicitou e apresentou a proposta de criar um grupo setorial para unificar as secretarias e ações, com um grupo presencial com reuniões mensais para não haver distorções de informações e evitar disseminar notícias que não sejam oriundas do Sindicato. Proposta aprovada pelos servidores.

As ações propostas ante a decisão da prefeitura de descontar os dias de greve em pecúnia, foi sugerido que cada servidor faça um Boletim de Ocorrência de preservação de direitos e foi colocado à disposição dos servidores o Departamento Jurídico do Sindicato para sanar as dúvidas, com atendimento de segunda a sexta-feira das 09h às 11h, no horário de plantão. Se o servidor não puder comparecer neste horário, podem ligar para agendar outro horário, telefone 3403-1818.

Os dirigentes sindicais esclareceram a categoria sobre as ações tomadas pela entidade diante das ações judiciais e encaminhamentos após a greve realizada no início de abril. “O prefeito Luciano, após a judicialização antes mesmo do início da greve, mostra a desvalorização dos servidores, principalmente no parcelamento até 2024 do reajuste inflacionário dos últimos três anos, quando os servidores ficaram com os salários congelados”, disse o dirigente sindical Osmir Bertazzoni. “Isso também ocorre com os descontos em pecúnia dos dias de greve agora no salário de maio”, completou.

O dirigente e advogado Osmir Bertazzoni e o advogado Rodney Torralbo falaram sobre as medidas jurídicas feitas pelo Sindicato em favor dos servidores grevistas e orientaram que os servidores da prefeitura e autarquias que tiverem descontos efetuados em seus holerites a fazerem Boletim de Ocorrência na Delegacia ou virtualmente, pois até o final do julgamento a prefeitura não poderia efetuar os descontos. “O B.O. é uma forma de preservação dos direitos dos servidores, que podem ficar tranquilos, considerando que este Boletim não os prejudicará”, disse Bertazzoni. 

Os servidores lamentaram a atitude do prefeito e pediram respaldos ao Sindicato e ao Poder Legislativo para que as leis sejam cumpridas no município. Informaram que a categoria trabalha para a população e está sendo prejudicada pelas ações intransigentes da administração municipal, além de outros problemas enfrentados como as más condições no ambiente de trabalho. “Estamos desmotivados!”, disse uma servidora.

Conforme o Sindicato vem divulgando, a greve é assegurada pela Constituição Federal. No entanto, em Piracicaba o Prefeito Luciano Almeida tem entrado com ações na justiça, visando prejudicar o direito de greve e desvalorizando o servidor ao não acatar legislações que garantem os direitos trabalhistas.

Os dirigentes salientaram que, desde o início do processo em que os servidores votaram a favor da greve, o Sindicato vem apoiando as decisões da categoria, orientando nas assembleias os bônus e ônus da greve, que poderia ocasionar em perdas.

O vice-presidente do Sindicato, Alexandre Pereira, destacou que ao aderir à greve, os servidores buscaram os seus direitos. “Sabíamos dos riscos. Mas entramos na greve, pois estávamos feridos com relação a vários fatores: trabalhamos com covid-19 e perdemos colegas, pedimos a gratificação anual dos professores, o abono desempenho da saúde e a assiduidade dos servidores vítimas da covid. Mesmo assim, o prefeito judicializou todas as leis aprovadas pelos vereadores. A negociação evoluiu, saímos de um possível 7,5%, prevista no orçamento da Prefeitura, para 21%, que culminou no embate com relação a forma de pagamento proposta pelo prefeito, não sendo acatada pela categoria”, concluiu.



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